A era dos jogos exclusivos pode estar chegando ao fim. Rumores indicam que a Sony pode seguir os passos da Microsoft e lançar seus jogos em múltiplas plataformas, como PC e Xbox. Essa mudança de estratégia, já iniciada pela Microsoft, visa aumentar a acessibilidade aos jogos e impulsionar o crescimento da indústria de jogos.
Um dos indícios dessa mudança é a declaração de Thomas Mahler, diretor criativo da Moon Studios, que afirmou que a exclusividade de consoles se tornou um problema para a indústria. Mahler acredita que a Sony acabará adotando a estratégia multiplataforma, assim como a Microsoft fez com jogos como Indiana Jones and the Great Circle e The Outer Worlds 2 . A própria Sony já tem portado jogos exclusivos para PC, como Horizon: Forbidden West, God of War Ragnarök e LEGO Horizon Adventures (esse último recebeu até uma versão para Nintendo Switch). Além disso, jogos como Helldivers II e Concord foram lançados simultaneamente para PC e PlayStation .
Na data de hoje (29.01), foi comunicada a mudança na chefia da SIE (Sony Interactive Entertainment), com a ida de Herman Hulst, que foi co-CEO da divisão SIE, para o Studio Business Group, deixando Hideaki Nishino como único executivo-chefe da SIE e com a promoção de Hiroki Totoki a CEO do grupo Sony. E essa mudança já dá claros indícios de que a estratégia dessa gestão tem grande foco nos jogos multiplataforma. O próprio Hiroki Totoki falou abertamente sobre o assunto:
“No passado, queríamos popularizar o console e o principal objetivo dos títulos first party era tornar o console popular. É verdade, mas há uma sinergia nisso. Então, se você tem um forte conteúdo first party, não apenas com nosso console, mas também com outras plataformas, como computadores, o first party pode ser expandido com multiplataforma e isso pode ajudar a melhorar o lucro operacional. Então, isso é algo que queremos trabalhar proativamente.
Eu pessoalmente acho que há oportunidades por aí para melhorar as margens, então eu gostaria de ser agressivo na melhoria do desempenho da nossa margem.”
Já a Microsoft planeja eliminar a exclusividade de consoles de seu modelo de negócios, buscando alcançar o maior número de jogadores possível. Essa mudança é motivada por diversos fatores, como o aumento da acessibilidade aos jogos, o crescimento da indústria gamer, a mudança no comportamento dos jogadores que priorizam o acesso aos jogos em detrimento da fidelidade a marcas e consoles específicos, as arquiteturas similares dos consoles PlayStation e Xbox, e a redução de custos de desenvolvimento e marketing.
Phil Spencer, chefe da divisão Xbox dentro da Microsoft, também comentou recentemente sobre o assunto!
E, mais recentemente, tivemos um caso bastante curioso e ilustrativo, onde em um evento exclusivo da Microsoft houve menção ao PlayStation 5 no anuncio do lançamento de Doom: The Dark Ages, algo sem precendentes na história do Xbox.
Ainda falando sobre as desenvolvedoras, esse também parece ser o seu desejo, para que possam ter uma maior base de clientes potenciais, ao atingir o maior número de plataformas. A Square-Enix é uma das que vem encabeçando esse discurso, principalmente por ter, há anos, um contrato de exclusividade temporário com a Sony, tendo lançado primeiro nos consoles PlayStation seus maiores jogos dos últimos anos, casos de Final Fantasy 7 Remake, Final Fantasy 16 e Final Fantasy 7 Rebirth.
Vale adicionar que existem rumores fortíssimos de que diversos estúdios pertencentes ao Xbox estão desenvolvendo ou portando games para o lançamento do Nintendo Switch 2.
O fim da exclusividade de consoles pode ter um impacto significativo na indústria. As empresas precisarão competir em qualidade e inovação, em vez de depender de títulos exclusivos para atrair jogadores. É possível que haja uma mudança no modelo de negócios, com a busca por novas formas de monetização, como jogos como serviço e assinaturas. Além disso, podemos ver uma consolidação do mercado, com grandes empresas adquirindo estúdios menores.
A possível mudança de estratégia da Sony em relação aos jogos exclusivos pode marcar uma nova era na indústria de games. O foco na acessibilidade e no crescimento do mercado pode beneficiar tanto os jogadores quanto as empresas, impulsionando a inovação e a criatividade no desenvolvimento de jogos. No entanto, essa mudança também pode trazer desafios, como o aumento da concorrência e a necessidade de adaptação a novos modelos de negócios. O futuro da indústria de games dependerá da capacidade das empresas de se adaptarem a essa nova realidade e oferecerem experiências inovadoras e atraentes aos jogadores.