Mesmo com falhas no ritmo e final dependente de cliffhanger, o drama interativo da Interior/Night continua atual e cheio de impacto pessoal.
Joguei As Dusk Falls recentemente por indicação do meu irmão que jogou e se apaixonou pela narrativa do game. Apesar de ter sido lançado em 2022, a experiência continua atual o bastante para justificar uma retro review. O jogo da Interior/Night ainda se sustenta como uma das experiências narrativas mais interessantes dos últimos anos, apesar de ter algumas falhas.
O grande trunfo de As Dusk Falls está na forma como a história é contada. São duas famílias ligadas por um sequestro em uma cidade no estado do Arizona, nos EUA, mas o enredo vai muito além do clichê policial. Ele se estende por gerações, colocando o jogador diante de escolhas morais complicadas, que parecem pequenas no momento mas reverberam depois.
O estilo visual é outro ponto forte. A direção opta por personagens quase estáticos, como quadros animados, o que no início me causou estranheza. Mas a estética logo se mostra acertada, lembra uma graphic novel viva, que transmite drama de uma forma diferente dos modelos 3D tradicionais.



O peso das escolhas:
Uma das coisas que mais me marcou foi perceber que minhas decisões estavam no extremo da curva. Em várias situações, fiz escolhas que só entre 1% e 16% dos jogadores tomaram. Isso aumentou a sensação de que a narrativa estava realmente moldada por mim, e reforça o ponto de que o jogo recompensa a experimentação.



Pontos fracos:
Nem tudo funciona bem. A segunda metade perde intensidade e o ritmo cai. O final, abrupto e dependente de cliffhanger, deixou uma sensação de “é isso?” . Além disso, os controles e a interface não são tão refinados, o que pode atrapalhar um pouco a imersão.
Ainda assim, mesmo com diálogos que às vezes soam melodramáticos ou previsíveis, a força da narrativa e a carga emocional dos personagens compensaram muito na minha gameplay.
Um drama que vale revisitar:
Dois anos depois, As Dusk Falls continua relevante como proposta de drama interativo. Não é perfeito, mas é um jogo que cria memórias únicas. E, no meu caso, essas memórias ficaram ainda mais fortes pelo simples detalhe de que quase ninguém tomou as mesmas decisões que eu.
Para quem gosta de histórias que exploram moralidade, família e consequências, vale a pena dar uma chance. Talvez você saia com um enredo completamente diferente do meu.
Nota: 🔥🔥🔥🧯🧯