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Destiny mudou – e nós também!

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Quando Destiny foi anunciado na E3, senti uma curiosidade enorme. Um FPS futurista com modo cooperativo para enfrentar alienígenas? Joguei a beta e achei sensacional o uso do pardal para chegar aos objetivos. Comprei o jogo um dia antes do lançamento da expansão “A Escuridão Subterrânea”, por insistência de um amigo, e mergulhei em algo que jamais imaginei: passei quase 10 anos envolvido com as atividades, com a lore, e focado em adicionar jogadores (até hoje não consigo me livrar dos mais de 500 amigos na PSN!).

No Destiny 1, eu fazia muitas raids, organizava partidas e cheguei a guiar algumas delas. Com meu time, concluímos com facilidade a “Queda do Rei”. Essa raid teve apenas uma pequena atualização durante o ano em que esteve ativa, e o que manteve a comunidade engajada foram os Desafios de Osíris. Era muito divertido ver streamers como Everson Mito, Morena Gamer (que me ajudaram a chegar ao Farol) e outros organizando partidas para carregar os “malas”. Era legal reencontrar os mesmos adversários de partidas anteriores e ter a chance de uma revanche.

Outros momentos marcantes vieram com a Ascensão de Ferro e a raid “Ira da Máquina”, onde conheci muitos amigos incríveis através do clã que criei. As missões da Surto Primordial e os Momentos de Triunfo encerraram o jogo com chave de ouro. Faço aqui uma menção honrosa aos assaltos que ficaram presos no D1 e que eu adorava, como o Sacerdote Arconte e o Cálice Maculado, entre outros igualmente bons.

Mas por que essas lembranças do D1 são tão importantes?

Quando Destiny 2 chegou, o jogo era muito mais simples que o original – tanto para upar armaduras quanto pelo sistema de armas. Os exóticos dropavam em eventos públicos, e as raids eram fáceis. Mas logo o nível de dificuldade aumentou com a chegada de Renegados. O sistema de armaduras 2.0 trouxe de volta o aspecto RPG do D1, junto com missões mestre que devolveram o desafio ao jogo.

Destiny 2: Renegados

Mesmo assim, Destiny 2 continuou casual. Tanto nas incursões quanto nos assaltos de Anoitecer, era possível atingir o nível máximo sem precisar montar esquadrão ou procurar amigos. Raids e Anoiteceres difíceis se tornaram opcionais. Quem jogava, muitas vezes, só queria um set bonito ou uma arma específica. Eu mesmo matei a Riven mais de 60 vezes para conseguir a Mil Vozes (totalmente narrada agora!).

O ponto é: ao se tornar mais casual, o jogo afastou os esquadrões que sempre se reuniam para atividades. Organizar uma raid com amigos ficou mais difícil. Hoje em dia, o sistema permite formar grupos com aleatórios, o que torna tudo ainda mais casual.

Soma-se a isso o fato de que envelhecemos junto com o jogo. No lançamento do D1, eu era solteiro. No D2, já estava casado. Se antes eu fazia raids com os três personagens, agora só jogo com um. Com a chegada da minha filha, fiquei ainda mais casual. Raramente chamo alguém para jogar, pois sei que não consigo focar 100% na gameplay – minha atenção é dividida.

A última raid nova que concluí foi “Voto do Discípulo”, porque o clã me chamou. Mas até hoje não terminei a “Cripta da Pedra Profunda” e olha que o Taniks é um dos meus vilões favoritos da lore. Subir de nível antigamente fazia sentido, pois desbloqueava atividades mais desafiadoras. Joguei Osíris muito por causa das armaduras e subia ranking de temporada por cosméticos. Hoje em dia, só vem set feio. O que é bonito, só por prata. Nem o clã joga mais. Focar em Destiny me faz deixar de jogar muitos outros títulos interessantes.

Desafios de Osíris

Quando comecei a escrever este artigo, nem imaginava que viria algo chamado “Portal”, que mataria todas as atividades legais do jogo. Atualizações de armas e armaduras tornaram quase obsoletos meus 500 itens no cofre. Ainda jogo, porque gosto de dar uns tiros de vez em quando e há missões exóticas e armas que ainda não peguei. Mas não tenho mais vontade de ficar mais de meia hora no jogo.

Infelizmente, a forma como trouxeram as Terras Pestíferas foi a gota d’água. Para um veterano de Destiny, o problema nem é a saturação do jogo – é o pouco caso da Bungie com seu público cativo de 10 anos. Ainda quero voltar a me divertir com o jogo, mas tudo agora depende do sucesso (ou fracasso) de Marathon. “Confins do Destino” trouxe uma excelente nova lore, mas uma campanha com gameplay horrível. Não acredito que, no próximo ano, a Bungie consiga atender aos desejos dos jogadores a tempo, antes que a galera abandone os servidores. Isso, só o tempo dirá.

Acompanhe o trabalho do Flávio, colaborador da Bonfire no https://x.com/Flavio_nazgul?t=QqqSktTOREBXkSGMg1K87w&s=09 e no https://www.instagram.com/ciclo_nerd?igsh=MTR0YmV5MzZ3eTZldw==

Colaborador
Nintendista não praticante. Jogo atualmente no PS5 e PC, fanático por Zelda e Senhor dos Anéis, apaixonado por Resident Evil, toca e curte Blues nas horas vagas.

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