
O mundo dos games é uma caixinha de surpresas, e de tempos em tempos, um título surge do “nada” e conquista o coração (e os bolsos) dos jogadores. A mais recente prova disso atende pelo nome de Clair Obscur: Expedition 33, um RPG com visuais de tirar o fôlego e uma proposta de combate por turnos com um toque de ação em tempo real que mal chegou e já fez um barulho danado, vendendo impressionantes 500 mil cópias em apenas um dia. O mais curioso? Tudo isso aconteceu enquanto os holofotes do mundo dos RPGs estavam voltados para outro lançamento de peso: o remaster de The Elder Scrolls IV: Oblivion.
Desenvolvido pela Sandfall Interactive, um estúdio novato na cena, e publicado pela Kepler Interactive, Clair Obscur: Expedition 33 foi lançado no dia 24 de abril de 2025 para PlayStation 5, Xbox Series X/S e PC (via Steam e Epic Games Store). E não para por aí, o jogo também chegou direto no catálogo do Xbox Game Pass, o que por si só já garante um alcance enorme. No entanto, alcançar a marca de meio milhão de unidades vendidas em apenas 24 horas, mesmo estando disponível sem custo adicional para assinantes de um serviço popular, mostra que o interesse pelo jogo vai muito além do acesso facilitado.
Os próprios desenvolvedores da Sandfall Interactive se mostraram “sem palavras” com a velocidade e o volume das vendas, admitindo em suas redes sociais que esse marco foi alcançado muito mais rápido do que eles jamais imaginaram. É uma reação compreensível para um estúdio que está fazendo sua estreia, especialmente considerando o cenário competitivo dos lançamentos de games.
E o que torna esse feito ainda mais notável é o contexto em que ele aconteceu. Nos dias que antecederam o lançamento de Clair Obscur: Expedition 33, a notícia que dominava o universo dos RPGs era o anúncio surpresa e o lançamento imediato de The Elder Scrolls IV: Oblivion Remastered. Um clássico absoluto, com uma base de fãs gigantesca e o peso da marca Bethesda por trás. Muita gente na indústria e entre os jogadores imaginou que o brilho de Oblivion ofuscaria qualquer outro lançamento que ousasse chegar perto. A própria Kepler Interactive brincou com a situação, comparando o lançamento simultâneo a um “Barbenheimer” dos RPGs, em referência ao fenômeno cultural dos filmes “Barbie” e “Oppenheimer” terem estreado no mesmo dia.
Mas, contrariando as expectativas, Clair Obscur: Expedition 33 não apenas sobreviveu, como prosperou nesse cenário. As primeiras análises da crítica especializada são extremamente positivas, com o jogo ostentando médias altíssimas em agregadores como Metacritic e OpenCritic. Muitos veículos e jornalistas estão chamando o título de um forte candidato a “Jogo do Ano”, destacando sua direção de arte inspirada na Belle Époque francesa, seu mundo de fantasia sombrio e surreal, e principalmente, seu sistema de combate.
O combate, aliás, parece ser um dos grandes trunfos de Clair Obscur: Expedition 33. Embora seja um RPG baseado em turnos, ele incorpora mecânicas em tempo real que exigem reflexos e estratégia dos jogadores, tornando as batalhas mais dinâmicas e envolventes do que o tradicional “escolha uma opção no menu”. Essa mistura parece ter acertado em cheio o gosto da galera, oferecendo uma experiência familiar para fãs de JRPGs, mas com um frescor bem-vindo.
Além do combate, a narrativa e a ambientação também são frequentemente elogiadas. A premissa de um mundo onde uma entidade misteriosa apaga pessoas de uma certa idade anualmente, e a jornada da Expedição 33 para detê-la, é intrigante e carregada de um tom melancólico. Os visuais, construídos na Unreal Engine 5, apresentam um estilo artístico único que mistura realismo com elementos fantásticos, criando paisagens de tirar o fôlego e designs de personagens e criaturas memoráveis.
O sucesso estrondoso de Clair Obscur: Expedition 33 em seu dia de lançamento é um lembrete poderoso de que a inovação e a qualidade podem brilhar mesmo sob a sombra de títulos consagrados. É uma vitória para a Sandfall Interactive, para a Kepler Interactive, e para a indústria como um todo, mostrando que novas IPs com propostas interessantes têm espaço para conquistar seu público e se destacar. Resta saber se a Expedição 33 continuará nesse ritmo e se firmará como um dos grandes RPGs do ano. Pelo começo, o futuro parece bastante promissor.