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Child of Light: Uma Joia Atemporal Pintada à Mão

Há jogos que simplesmente transcendem o tempo, e Child of Light é um desses raros exemplos. Lançado originalmente em 2014, este RPG da Ubisoft Montreal continua a brilhar como uma joia rara no vasto universo dos videogames, provando que uma narrativa elegante, visuais deslumbrantes e uma trilha sonora de arrepiar podem criar uma experiência verdadeiramente inesquecível.

Child of Light nos apresenta Aurora, uma protagonista feminina que quebra os moldes tradicionais dos contos de fadas, com sua espada maior que ela. Sua jornada é contada com uma delicadeza poética, onde cada diálogo rimado contribui para a construção de um mundo de fantasia rico e envolvente. É refrescante ver uma heroína tão bem desenvolvida, cuja força e determinação são os motores da história.

Os gráficos de Child of Light são, sem exagero, de tirar o fôlego. Cada cenário parece uma pintura em movimento, com cores vibrantes e detalhes meticulosos que transformam cada frame em uma obra de arte. É impressionante como, mesmo anos após seu lançamento, o estilo visual do jogo permanece impecável, provando que uma direção de arte bem executada é verdadeiramente atemporal.

Se há um elemento que eleva Child of Light a outro patamar, é sua trilha sonora. As composições de Cœur de Pirate são simplesmente magistrais, criando uma atmosfera mágica que envolve o jogador do início ao fim. Cada nota parece ter sido cuidadosamente escolhida para complementar a narrativa e os visuais, resultando em uma sinfonia que fica na memória muito depois de o jogo terminar. Ouça o tema da Aurora clicando aqui.

A mecânica de controlar Igniculus, o companheiro luminoso de Aurora, adiciona uma camada extra de estratégia e interatividade ao jogo. Esta feature enriquece as batalhas, e também traz um elemento único à exploração do mundo, permitindo que o jogador interaja com o ambiente de formas criativas e desafiadoras.

É notável como Child of Light envelheceu graciosamente. Jogá-lo hoje é tão prazeroso quanto foi em seu lançamento, se não mais. A profundidade de sua narrativa, a beleza de seus visuais e a riqueza de sua trilha sonora continuam a cativar novos jogadores e a encantar aqueles que retornam a Lemuria.

Child of Light é um lembrete agridoce da era de ouro da Ubisoft, um período em que a empresa não tinha medo de apostar em projetos menores, mais artísticos e experimentais. Este jogo, junto com títulos como Valiant Hearts e Grow Home, representa uma época em que a criatividade e a inovação eram prioridades, resultando em experiências únicas que se destacavam no mercado.

É uma pena que a Ubisoft tenha se afastado deste modelo nos últimos anos, focando mais em grandes produções AAA ou até mesmo AAAA. Child of Light serve como um testamento do que pode ser alcançado quando uma grande empresa dá liberdade criativa a suas equipes para criar algo verdadeiramente especial.

A história de Aurora transcende a barreira de apenas um jogo; é uma experiência artística que prova o poder dos videogames como meio de contar histórias. Sua beleza atemporal, narrativa envolvente e trilha sonora inesquecível o tornam um título obrigatório para qualquer pessoa que aprecie jogos que desafiam as convenções e elevam o meio a novas alturas artísticas.

Se você ainda não teve a chance de jogar Child of Light, não há melhor momento que agora. E se você já jogou, talvez seja hora de revisitar este conto de fadas moderno e redescobrir a magia que o tornou tão especial. Em um mundo de sequências e remakes, Child of Light permanece como um lembrete brilhante do poder da originalidade e da visão artística nos videogames.
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editor
Minha jornada começou no Nintendo 64 e hoje sou um jogador eclético, que vai de blockbusters a indies em várias plataformas. Como assinante do Game Pass desde o início, adoro explorar novos títulos, especialmente jogos cooperativos com minha esposa. Com uma formação em Paleontologia e atuando na educação, hoje produzo conteúdo sobre games, enxergando-os como arte, conexão e uma ferramenta para contar histórias.

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