Beta impressiona no visual e na jogabilidade, mas eu quero mais TANQUES!
Battlefield sempre foi o meu FPS de guerra favorito. Não importa quantos outros eu teste, eu sempre volto. Parte disso vem do cansaço com o que virou tendência no gênero. Jogos supercoloridos, operadores com skins de anime e um tom infantilizado que virou padrão, principalmente em Call of Duty. Enquanto isso, Battlefield sempre foi, na essência, um jogo sobre guerra. Barro, fumaça, veículos pesados atravessando a linha de frente. É isso que me prende. E foi isso que eu fui buscar na beta do novo Battlefield 6.
E a verdade é que, em muitos momentos, eu encontrei exatamente o que esperava. E cara… como o velho é bom…
A jogabilidade está refinada. As armas têm peso, recuo e precisão na medida certa. A movimentação flui bem. A volta das classes clássicas, Assalto, Suporte, Reconhecimento, Engenharia, ajuda muito a dar identidade pra cada jogador. O trabalho em equipe volta a fazer sentido e os gadgets estão bem distribuídos. Até a destruição, que andava meio apagada no 2042, aparece de forma mais presente. Não chega a ser um novo Bad Company 2, mas já muda o jeito como você avança, se defende ou nega visão do inimigo.
O que mais me impressionou foram os mapas. Ofensiva Ibérica, especialmente, me conquistou logo de cara. É amplo, com visuais belíssimos e uma boa mistura de áreas abertas com corredores de combate. Os cenários têm personalidade, e o uso da verticalidade está mais bem trabalhado. O design é mais orgânico que no 2042, e dá para sentir o cuidado extra na forma como os confrontos se espalham pelo mapa. São arenas que gritam Battlefield e, visualmente, estão absurdamente bonitas, mesmo ainda na beta.
Por outro lado, Pico da Liberação foi o único que não me agradou. Há um penhasco na Zona C que, assim que um time domina, vira reduto de snipers mirando diretamente no respawn inimigo. Isso acabou gerando memes na comunidade, como o abaixo:

Mas o problema não está neles. Está no que falta dentro deles. E o que mais faltou, nessa beta, foram tanques!
Em alguns mapas, cada time tem só um tanque. E se esse tanque caía nas mãos erradas, a partida simplesmente desandava. Vi jogador parado no respawn a partida inteira, usando o canhão pra atirar de longe sem avançar nem pressionar objetivo. Vi tanque sendo usado como AA estacionário, mirando no céu. E como só tem um por vez, ninguém mais tem a chance de pegar. Você passa dez, quinze minutos dependendo de alguém que está travando o ritmo do time inteiro.
O tanque em Battlefield não é só poder de fogo. Ele é ferramenta de avanço. Ele quebra linha, força recuo, abre caminho. Quando ele não cumpre essa função ou nem aparece, a partida trava. Vira um vai e volta de infantaria preso nas mesmas esquinas. E é frustrante saber que isso poderia ser resolvido com dois ou três tanques por time, ou ao menos um sistema de respawn mais inteligente.

A coisa piora ainda mais quando os snipers entram na equação. Com pouco impacto dos blindados, os mapas viram um campo aberto pra classe de Reconhecimento. No Pico da Liberação, cheguei a contar mais de oito snipers no time inimigo. Todos com visão limpa desde o alto das montanhas. Era só nascer, caminhar e morrer. Tomar tiro na cabeça ao sair do respawn inicial. Sem veículos pra forçar movimentação ou tirar posição inimiga, o jogo vira um campo de tiro e você é o alvo.
Apesar de tudo isso, eu ainda acho que Battlefield 6 tem potencial. O núcleo está lá. A jogabilidade está firme. Os mapas são lindos, variados e até bem pensados. A DICE só precisa ter mais coragem. É simples. Mais tanques. Melhor balanceamento entre as classes. Menos domínio de snipers e escopetas. E um sistema de veículos que evite que um único jogador afunde uma partida inteira com um blindado inútil.
Se fizerem isso, Battlefield 6 pode se tornar um dos grandes da série. Essa beta já chegou perto do BF4 em termos de gameplay, agora imagine no lançamento completo.