Sucesso de vendas reforça o poder da mídia física, mas o descuido técnico da Game Freak continua o mesmo.
Acredite ou não, mas Pokémon Legends: Z-A teve o melhor lançamento físico nos Estados Unidos desde The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom, segundo novos dados da Circana. O relatório, compartilhado pelo já conhecido Mat Piscatella, diretor sênior da empresa, aponta que o jogo registrou o maior número de cópias vendidas em lojas e o maior faturamento em dólares dos últimos dois anos e meio.

Quando li esse post do Mat, confesso que senti um misto de raiva, frustração e alegria. Raiva e frustração porque a Game Freak continua entregando visuais pobres e problemas técnicos gritantes, como texturas borradas, janelas sem profundidade, bugs absurdos, e ainda assim o público compra em massa. Mas também alegria, porque o resultado mostra que a mídia física segue viva, o que, em tempos de digitalização total e controle corporativo, é uma pequena vitória para quem ainda acredita em posse real dos jogos.

De acordo com Piscatella, o desempenho do Legends Z-A foi “massivo”. A Circana, vale lembrar, só contabiliza vendas físicas, já que a Nintendo não divulga seus dados digitais. Ou seja, o levantamento reflete apenas o mercado de varejo, sem incluir as cópias online nem o bundle do Switch 2, que traz o jogo em formato de código digital. Mesmo assim, o game superou qualquer outro lançamento desde maio de 2023.

Globalmente, Pokémon Legends: Z-A vendeu 5,8 milhões de cópias na primeira semana, segundo a The Pokémon Company. Metade dessas vendas veio do Switch 2. Com isso, o jogo se tornou o quinto maior lançamento da franquia Pokémon, atrás apenas de Scarlet & Violet, Legends: Arceus, Sword & Shield e Brilliant Diamond & Shining Pearl.
O sucesso, porém, mostra que a Game Freak sabe que não precisa melhorar tecnicamente enquanto o público continuar comprando. Scarlet & Violet foram duramente criticados pelo desempenho desastroso, e mesmo assim venderam mais de 10 milhões de cópias em três dias.
Então sim, Z-A me irrita e me alegra ao mesmo tempo. Irrita por mostrar que a Game Freak continua sem vergonha de lançar jogos tecnicamente porcos. Mas alegra por lembrar que, mesmo em 2025, a caixinha física ainda representa um pequeno ato de resistência, um lembrete de que o poder, ao menos em parte, ainda está nas mãos dos jogadores.


 
					 
																		 
																		 
																		 
																		 
																		 
																		 
																		 
																		 
																		