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EA será vendida por US$ 55 bilhões a consórcio liderado pelo fundo da Arábia Saudita

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Negócio envolve PIF, Silver Lake e Affinity Partners mas mantém Andrew Wilson no comando.

A Electronic Arts confirmou nesta semana que será adquirida por um consórcio formado pelo fundo soberano da Arábia Saudita, o Public Investment Fund (PIF), além da Silver Lake e da Affinity Partners, empresa fundada por Jared Kushner, genro de Donald Trump. A transação, integralmente em dinheiro, foi avaliada em US$ 55 bilhões, com os acionistas recebendo US$ 210 por ação, um prêmio de 25% em relação ao último preço não afetado e acima do valor máximo histórico da companhia.

O negócio, já aprovado pelo Conselho de Administração da EA, deve ser concluído até junho de 2026. Após o fechamento, a editora seguirá sendo liderada pelo CEO Andrew Wilson, mantendo a sede em Redwood City, na Califórnia. Wilson destacou o trabalho das equipes criativas e afirmou estar “mais energizado que nunca” para entregar experiências transformadoras em esportes, tecnologia e entretenimento.

Do lado dos compradores, o PIF mostra mais uma vez a sua estratégia de diversificação da economia saudita, reduzindo a dependência do petróleo. O fundo já possui investimentos em empresas como a Take-Two e participação acionária na SNK. Mas o envolvimento também carrega forte carga de polêmica: o príncipe Mohammed bin Salman é apontado pelos serviços de inteligência dos EUA como responsável pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, além de comandar um regime que restringe liberdades de mulheres e da comunidade LGBTQIA+, com punições severas que incluem prisão e em casos mais raros até pena de morte.

A Affinity Partners, criada em 2021 por Jared Kushner, concentra investimentos nos EUA e Israel, em grande parte financiados pela Arábia Saudita. Já a Silver Lake, um dos maiores fundos de private equity do Vale do Silício, enxerga a EA como uma potência consolidada, o co-CEO Egon Durban lembrou que, sob Andrew Wilson, a empresa dobrou a receita, quase triplicou o EBITDA e quintuplicou seu valor de mercado.

Para além dos comunicados oficiais, o anúncio levanta preocupações. Sair da bolsa em um primeiro momento pode parecer positivo, já que a EA deixa de responder trimestralmente à pressão dos acionistas públicos. Mas, na prática, a entrada de fundos de private equity tende a aumentar a cobrança por lucros rápidos.

Essa transação escancara um dilema maior. Enquanto os Estados Unidos e outras potências fazem vista grossa para os abusos do regime saudita em troca de petróleo e investimentos, setores inteiros de entretenimento passam a depender do dinheiro de um país que reprime liberdades básicas. Para a EA, a promessa é de “acelerar inovação”. Mas para os jogadores, resta a dúvida: quem, de fato, vai controlar o futuro da empresa?

Idealizador e Produtor de Conteúdo
Olá, eu sou o Johann, mas pode me chamar de Heroutz. Sou um criador de histórias apaixonado por games, especialmente Pokémon, Zelda e RPGs de turno. Essa paixão pelos games é uma herança de família, que recebi do meu pai e hoje compartilho com a minha filha. Acredito que os jogos contam as melhores histórias da nossa geração e, quando não estou pensando em alguma teoria, provavelmente estou em Destiny 2, questionando as decisões da Bungie.

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