Mudança ocorre às vésperas do primeiro fim de ano do Switch 2 e gera críticas por salários baixos, barreiras linguísticas e falta de indenização.
Às vésperas do primeiro fim de ano do Nintendo Switch 2, a Nintendo of America decidiu terceirizar boa parte de seus serviços de suporte ao consumidor. A medida encerrou contratos de cerca de 200 trabalhadores, muitos deles com anos de experiência atendendo jogadores nos Estados Unidos, e transferiu as funções para equipes localizadas na América do Sul, incluindo Brasil, Argentina e Nicarágua.
Historicamente, a Nintendo mantinha o suporte terceirizado dentro dos EUA, com contratados que atuavam em setores como atendimento telefônico, e-mail e chat, reembolsos, bans de conta, transferências de dados e suporte de reparos. O sistema funcionava com contratos de 11 meses e desligamento de dois meses, para que os trabalhadores tivessem acesso ao seguro-desemprego, antes de renovarem. Muitos estavam na função há anos, mesmo sem vínculo direto com a empresa.
Em março, esses funcionários foram avisados, pelas agências intermediárias, não pela própria Nintendo, de que os contratos seriam encerrados até setembro. Sem vínculo formal, não receberam indenização ou pacotes de saída. Parte deles ainda foi instruída a treinar os novos agentes que assumiriam suas funções.
Os cargos foram transferidos integralmente para equipes terceirizadas da América do Sul. Até então, esses agentes se limitavam ao atendimento inicial, encaminhando casos complexos para os EUA. Agora, assumem todo o processo. Fontes da IGN relatam dificuldades de adaptação e de comunicação, além de padrões de qualidade menos rigorosos. Embora falem inglês, muitos atendentes enfrentam barreiras linguísticas que resultam em confusão e até hostilidade de clientes. Há relatos de ex-funcionários sobre jogadores utilizando insultos raciais contra os novos agentes.
A disparidade de custos também chamou atenção. O salário mínimo em Washington, onde ficava parte da antiga equipe, é de US$16,66 por hora. No Brasil, o equivalente não chega a US$1,53 por hora. Para muitos dos dispensados, a Nintendo poderia ter efetivado parte dos contratados em vez de transferir as funções. O sentimento é descrito como “vazio, decepção e vulnerabilidade”.

