Pra mim, se tornou uma experiência absolutamente inesquecível
Super Mario 3D World é um título de nada menos que 12 anos atrás, lançado pela Nintendo em novembro de 2013, ainda nos tempos de Wii U, mas que, pra mim, se tornou um dos jogos do ano de 2025… mas não pelas razões convencionais.

Veja bem, o jogo é maravilhoso, como quero destacar ao longo desse texto, mas ele se tornou particularmente especial por outro motivo.
Essa análise será bem peculiar e nem sei se terei como transformá-la numa série, pois se trata mesmo de algo único na vida de um gamer adulto: ver seu filho se apaixonando por videogames diante dos seus olhos.
Hoje em dia, é fácil fazer uma criança gostar dos personagens que nós crescemos amando. Mario e Sonic, por exemplo, nunca foram tão populares quanto são atualmente, estando presentes em desenhos animados, longas-metragens, action-figures, álbuns de figurinhas, brindes do McDonald´s e etc, porém, todas essas mídias são muito mais acessíveis para uma criança de três anos do que os videogames.
Recentemente, adquiri um Nintendo Switch, imaginando que eu seria o maior beneficiado com o console, mas com um desejo de poder experimentar jogos multiplayer com a família. E foi graças a indicação do Heroutz que eu adquiri o Super Mario 3D World para começar a introduzir o meu filho Théo aos games.
Obviamente, minha primeira ideia era a famosa técnica de dar o controle que não funciona para a criança que não entende como um game funciona para ela achar que está jogando enquanto o adulto, de fato, o aproveitava. Mas, pra minha primeira surpresa, não demorou muito para que ele entendesse que estava tentando fazer um movimento que não estava sendo reproduzido pelo personagem na tela.
Quando me questionou sobre “o controle não estar funcionando”, fui obrigado a ceder e deixa-lo tentar por conta própria.
A primeira experiência foi conforme o esperado, ou seja, bem ruim. Ele só conseguia andar encostado nas paredes, não sabia pular para quebrar caixas ou derrotar inimigos, o tempo de duração para conclusão das fases se esgotava sem ele mal sair do lugar, ficava sem entender porque os personagens ficavam menores quando algum inimigo os atacava e por aí vai.
E, claro, eu ofereci alguma ajuda, sobretudo explicando conceitos e mecânicas básicas.
O fato de ser um jogo 3D, muito diferente dos primeiros jogos da minha vida, que eram basicamente sidescrollers, tornava tudo ainda mais complexo para ele, já que há muito mais liberdade e qualquer ação exige maior precisão.
Surpreendentemente, mesmo frustrado, ele gostou muito do primeiro contato e no dia seguinte pediu novamente pra jogar. E para minha surpresa maior ainda, ele já havia entendido o jogo e melhorado consideravelmente, a ponto de aprender até a usar a roupa do gatinho (aquela mesma que o Mario usa no filme, na batalha contra o DK), principalmente descobrindo que, com ela, Mario se tornava capaz de escalar superfícies.

E ele seguiu melhorando, aprendendo a pular plataformas, usar os canos, pra que serve um checkpoint e até a emboscar inimigos, já que aquela altura ele não sabia pular em direções diferente, apenas pulando na mesma posição, sem se mover.
Demorou, mas eventualmente ele conseguiu chegar no final da primeira fase, apenas para perder por tempo esgotado, por não conseguir pular na bandeira e finaliza-la. Como ele não entendeu o que havia acabado de acontecer, não se sentiu frustrado por isso, simplesmente recomeçou a fase até superar aquela etapa.
Fiquei orgulhoso dele, certamente mais orgulhoso que ele mesmo. Foi especial ver a sua pessoa favorita no mundo, mesmo tão pequena que ainda nem sabe falar “hipopótamo” conseguindo superar algo que claramente é um desafio para ele. E pegando gosto por algo que você mesmo sempre gostou.
Mas esse nem foi o meu maior espanto.
Fiquei boquiaberto mesmo quando ele me mostrou que havia encontrado (por conta própria) uma fase em que o Mario montava em um dinossauro aquático, chamado Plessie, em uma fase toda particular com desafios e mecânicas próprias! E lá estava ele aprendendo tudo de novo, com a maior disposição e com o senso de curiosidade e descoberta que só uma criança pode ter! Rapidamente, ele aprendeu a chegar longe na fase, até encontrando atalhos e estrelas escondidas, porém, a parte final tinha um jump puzzle que o desafiou por algumas sessões de jogo, até ele aprender o timing do boost e do pulo e, finalmente, conseguir concluir a fase por conta própria.

Ali eu sabia que ele, com apenas 3 anos de idade, já era um gamer como qualquer um de nós!
Eu poderia ficar horas relatando como foram as experiências dele em dezenas de outras fases, as batalhas contra chefes, os segredos do mundo que ele descobriu sozinho, os personagens favoritos dele, mas acho que esse texto já entregou o que se propôs.
Sobre o jogo? Ele é maravilhoso em todos os aspectos: mecânicas, design de som, trilha sonora, multiplayer, gráficos (que são bem bonitos na versão do Switch), soluções criativas, fator replay e, principalmente, a diversão. Porém, mesmo que o jogo fosse medíocre em todos esses aspectos, ainda assim, ele seria um dos melhores jogos de 2025 pra mim, por razões óbvias.
Mesmo que games novos como Expedition 33, Split Fiction, Silksong, Nightreign, Death Stranding 2, tenham me proporcionado experiências incríveis, foi Super Mario 3D World que me proporcionou uma experiência única: transmitir uma paixão de pai para filho!