Fala trutagem, tudo belezera com vocês?
Como fã de carteirinha de H.P. Lovecraft, decidi testar o mais novo game baseado neste universo tão querido da literatura. RailGods of Hysterra é, literalmente, uma viagem! Esse game, ainda em Acesso Antecipado, é um presente para quem ama o horror cósmico. Imagine você preso num mundo retorcido onde os Grandes Antigos “zoaram” tudo, e sua única salvação é um trem vivo, meio máquina, meio monstro, que você ainda precisa alimentar para que ele possa andar. E não é uma alimentação qualquer: geralmente, são entranhas dos inimigos. Pois é… é isso que o jogo te entrega.

A aura de RailGods of Hysterra é puro Lovecraft, e os gráficos não te deixam esquecer isso! O jogo tem uma câmera isométrica que mistura um estilo meio steampunk com aquele terror dos contos de Lovecraft. Pense em pântanos encharcados com uma névoa esverdeada que parece viva, ruínas cobertas de musgo que, ao ver, você já reconhece o quão aquele mundo foi esquecido. Tudo tem um tom sombrio, com cores em tons pastéis, como se o mundo estivesse desbotando. As criaturas são o destaque: cultistas e monstros que parecem ter saído de um pesadelo, com tentáculos e formas bizarras. O RailGod em si é a cereja gráfica do game – um trem que mistura metal enferrujado encoberto por algo vivo, como uma simbiose impossível, como se um Shoggoth¹ tivesse decidido virar locomotiva.

As mecânicas são o que tornam tudo ainda mais imersivo. Como personagem, você é jogado em Sonhoterra, um lugar onde o tempo e o espaço estão bagunçados pelos Antigos. A exploração é tensa: cada parada do trem te leva a áreas geradas de forma procedural (geradas aleatoriamente a cada gameplay), então você nunca sabe o que vai encontrar. Pode ser uma vila abandonada cheia de cultistas ou uma caverna com monstros bizarros e sedentos de fome. Você coleta recursos como madeira, pedra e até coisas mais macabras, como “entranhas” de inimigos, para manter o RailGod alimentado e funcionando. Essa parte é genial: o trem é quase um personagem, exigindo sacrifícios para continuar rodando. Escolher o que oferecer e lidar com as consequências de exagerar dá aquele peso moral lovecraftiano, como se você estivesse brincando com forças que não entende.

O combate é outro ponto alto. Você enfrenta monstros com armas corpo a corpo, como machados, ou atira com armas de fogo que têm um toque sobrenatural. Mas o que brilha são os Dark Gifts, magias que o RailGod te dá, como invocar tentáculos do chão ou lançar um raio para dizimar os inimigos. Só que cada uso dessas magias te aproxima da loucura, e o jogo te faz sentir isso com efeitos visuais e sonoros que bagunçam sua cabeça. Construir no trem é tão viciante quanto: você junta recursos para adicionar vagões, criar armas ou melhorar o RailGod com coisas como canhões eldritch ou defesas automáticas. É como montar uma fortaleza. Tudo isso rola com uma mecânica de sobrevivência que te obriga a gerenciar fome, saúde e sanidade, o que deixa cada decisão de parada questionável. A sanidade alta não é tão ruim assim; conforme sua taxa de sanidade vai subindo (ou descendo), você vai perdendo slots de itens, ou seja, você não consegue mais ver determinados itens que estavam na sua mochila. Para corrigir isso, basta voltar ao trem e trocar seu grau de sanidade por habilidades.


Jogar com amigos no modo cooperativo (até cinco pessoas) torna tudo ainda mais divertido, com a possibilidade de dividir tarefas, como um cuidar do trem enquanto outro explora, um ou dois dão suporte a quem está coletando recursos, e por aí vai. É pura sinergia lovecraftiana. Sozinho, o jogo tende a ser mais difícil, mas nada que atrapalhe a experiência de jogadores casuais.
Jogar é uma mistura de tensão e fascínio. Descer em cada parada, coletando recursos, enfrentando monstros com magias sinistras (os tais Dark Gifts), e depois voltar para o trem para fortalecê-lo é viciante. Joguei com amigos, e a cooperação para sobreviver e expandir o RailGod é demais – lembra aquelas histórias onde um grupo tenta enfrentar o desconhecido, sabendo que o universo não liga para você. Mas também dá para curtir solo, sentindo o peso de estar sozinho num mundo louco.

Não é perfeito, claro. Como está em acesso antecipado, às vezes rola um bug ou outro, e algumas mecânicas ainda estão sendo polidas. Mas, honestamente? Isso não tira o brilho. A Troglobytes Games está ouvindo a comunidade, e cada atualização deixa o jogo mais redondo. Para quem, como eu, gosta deste universo de horror sci-fi, RailGods of Hysterra é um prato cheio. É como viver uma história lovecraftiana, com aquele clima de que a qualquer momento algo maior que você vai te engolir.
A trilha sonora fica por conta de sons horripilantes, já que a música é quase nula. Então, neste quesito, não sei dizer se é por questões de acesso antecipado ou porque os desenvolvedores realmente quiseram assim.
Então… se você curte o universo de Lovecraft e quer sentir o medo do desconhecido enquanto constrói um trem dos infernos, dá uma olhada na Steam e dá uma chance.
¹ Um Shoggoth é uma criatura monstruosa de ficção dos Mitos de Cthulhu, criada por H.P. Lovecraft. Eles são descritos como criaturas mutáveis e de várias formas, muitas vezes associadas à terra e ao subterrâneo.













Nota: 🔥🔥🔥🔥🧯
O extintor ficou por conta da jogabilidade e controles, não curti a forma que crafta as coisas, achei pouco intuitivo.