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Relatos de ex-funcionários pioram crise sem fim na Bungie

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A situação da Bungie continua se deteriorando. Depois de denúncias de plágio nas artes promocionais do Marathon, agora é a própria cultura interna do estúdio que parece mais uma vez estar entrando em colapso. Um novo relatório do Destin Legarie, do canal Save State Plus, no qual o nome não passa de uma coincidência fonética com Destiny, expôs relatos de ex-funcionários que descrevem um estúdio sufocado por ganância, má gestão e abandono criativo.
“Tudo o que está acontecendo com a Bungie é por causa de ganância”, resumiu um dos entrevistados. Outro foi mais direto: “Espero que a Sony assuma de vez. Esse é o caminho.”

Segundo as fontes ouvidas por Legarie, o ambiente dentro da Bungie se tornou um “clube dos descolados”, onde quem discordava da liderança era isolado, exposto publicamente ou simplesmente ignorado. Ideias que não agradavam ao grupo certo da liderança simplesmente não iam pra frente, e a pressão para agradar os executivos foi tomando o lugar da criatividade.
Uma das discussões que mais me chocaram no relatório foi sobre as armaduras brilhantes dos Desafios de Osiris. Segundo um ex-funcionário, houve receio de que os visuais estivessem “bonitos demais” a ponto de atrapalhar as vendas da loja do Eververso. Eles literalmente conversaram sobre enfraquecer as recompensas in-game para não prejudicar microtransações, as famosas MTX.
Também foi avaliada a possibilidade de implementar um modelo de assinatura mensal para o Destiny 2, mas a proposta teria sido fortemente rejeitada por parte da equipe. “As conversas deixaram de ser sobre jogos, estúdio e jogadores, e passaram a girar em torno de empresa, produto e clientes após a aquisição pela Sony.”

O clima interno é descrito como o pior já visto por muitos dos entrevistados. A moral estaria em queda livre, com equipes desorganizadas, decisões sendo refeitas sem transparência e, segundo o relatório, até planos de marketing para o Marathon foram cancelados. A beta pública foi substituída por playtests internos, sinal de que a confiança no jogo já estaria abalada. Eu escrevi sobre isso aqui para a Bonfire.
Mesmo assim, alguns nomes ainda foram lembrados com respeito por colegas. Jason Jones, cofundador da Bungie, está em licença sabática. Eric Osborne, que teve um final ruim, aparentemente ainda era um cara admirado. Joe Blackburn, ex-diretor de Destiny 2, foi descrito como alguém que se importava de verdade.
“É triste ver tantas pessoas talentosas respondendo a uma gestão que não para de errar”, disse um dos entrevistados. “Eles tomam uma má decisão atrás da outra. Não surpreende quando surge uma nova polêmica. Só quero que os desenvolvedores fiquem bem.”
Desde que foi adquirida pela Sony em 2022, a Bungie manteve um certo grau de autonomia. Mas com o estúdio mergulhado em escândalos, retrabalho de projetos, rejeição pública e queda de moral interna, muitos acreditam que a única saída possível seria a integração total aos PlayStation Studios, entregando a liderança de vez nas mãos da Sony para tentar recuperar o rumo.
Enquanto isso, o futuro de Destiny 2, Marathon e até da Bungie como marca independente segue mais incerto do que nunca. E talvez o mais preocupante seja isso. Porque quando se olha pra tudo o que tem acontecido nos últimos anos, com o foco extremo em monetização, o abandono da comunidade, as denúncias e as decisões criativas capadas, fica difícil acreditar que essa crise seja só uma fase ruim. Ela parece mais uma consequência direta de uma cultura que deixou de ser sobre jogo e virou só sobre lucro. Os talentos estão lá dentro. Mas o espaço pra que esses talentos façam alguma coisa parece estar diminuindo a cada mês.
Destiny 2 está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC.

Idealizador e Produtor de Conteúdo
Olá, eu sou o Johann, mas pode me chamar de Heroutz. Sou um criador de histórias apaixonado por games, especialmente Pokémon, Zelda e RPGs de turno. Essa paixão pelos games é uma herança de família, que recebi do meu pai e hoje compartilho com a minha filha. Acredito que os jogos contam as melhores histórias da nossa geração e, quando não estou pensando em alguma teoria, provavelmente estou em Destiny 2, questionando as decisões da Bungie.

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